segunda-feira, 5 de julho de 2010

Freud Cidadão, um programa terapêutico brasileiro

O Programa Freud Cidadão é um espaço de atendimento psicossocial a pessoas com sofrimento psíquico, situado em Belo Horizonte. O objetivo é apresentar a essas pessoas "um novo circuito terapêutico e cultural que promova uma abertura à cidadania plena, mediante estímulo à participação no cotidiano social, escuta clínica e apoio à autonomia possível".

O centro funciona desde 2009 numa casa espaçosa com uma equipe de profissionais. Está cadastrado pelo Ministério da Saúde como clínica de especialidade privada. É o que aqui no sul chamamos de CAPS, um consultório-ambulatório, mas este é uma ONG. Apesar de ser de recente criação, já tem seu reconhecimento, graças a uma boa gestão, com atividades bem publicitadas. O blogue Freud Cidadão informa algumas delas.

O projeto se inspirou na figura do primeiro psicanalista, para ajudar a pessoa necessitada de apoio psíquico, neste caso nao somente os clássicos neuróticos, mas todos aqueles que precisam de boa comunicação e um contexto afetuoso. Enquanto em outros países o nome de Freud se liga somente à corrente psicanalítica, ou ao estudo mais introspectivo, filosófico e até elitista, aqui foi feito o vínculo entre a solene teoria e a prática solidária.

O pessoal do Freud Cidadão está na luta antimanicomial, e em 18 de maio passado participou num desfile com esse motivo.

Em junho, houve um arraial caipira (à esquerda). Apresentou-se o grupo musical Pink Freud, houve danças, exposição de arte e o lançamento de um livro de culinária com receitas "à la Freud Cidadão". Uma poesia foi declamada por Tânia Motta, em homenagem ao projeto: "Freud Cidadão Caipira. Por que não?! " (leia o texto completo).

Abaixo, a fotomontagem com a retrospectiva de 2009, e o fundo de "Bola de meia, bola de gude", com 14 Bis, letra de Fernando Brant e música do também mineiro Milton Nascimento.

Há um menino, há um moleque morando sempre no meu coração.
Toda vez que o adulto balança, ele vem pra me dar a mão.

Há um passado no meu presente, um sol bem quente lá no meu quintal.
Toda vez que a bruxa me assombra, o menino me dá a mão.

E me fala de coisas bonitas que eu acredito, que não deixarão de existir:
Amizade, palavra, respeito, caráter, bondade, alegria e amor.

Pois não posso, não devo, não quero viver como toda essa gente insiste em viver
E não posso aceitar sossegado qualquer sacanagem ser coisa normal.

Bola de meia, bola de gude: o solidário não quer solidão.
Toda vez que a tristeza me alcança, o menino me dá a mão.

Há um menino, há um moleque morando sempre no meu coração.
Toda vez que o adulto fraqueja, ele vem pra me dar a mão.

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