Como um eco ao nome popular dessa zona de Buenos Aires, existe ali o Café Sigi (ponto de encontro de analistas e de analisandos), a farmácia Villa Freud, a loja de roupas Narciso e o restaurante Freud & Fahler (a primeira dona era psicóloga e o batizou com o nome de seus dois amores; Fahler era seu marido). Outros nomes populares dessa zona são: Palermo Sensible (alusão psicológica), Guadalupe (pelo outro nome da praça Güemes, já chamada também de Plaza Freud) e Alto (pelo shopping Alto Palermo). Mas Villa Freud é o nome mais emblemático, tanto na Argentina como internacionalmente.
Tanto assim, que suscitou um artigo do Wall Street Journal sobre a febre psicologista dos argentinos (leia), e até mesmo um documentário para a TV canadense, em preparação desde 2008 (Villa Freud - a Psychoanalitical Tango), sobre as relações entre o tango e a psicoterapia em Buenos Aires. Veja abaixo, no fim desta nota, um vídeo de antecipação (ou o sítio do filme).

A Argentina é o país que tem maior concentração de psicólogos, em todo o mundo (um por 650 habitantes, de acordo com a Wikipédia), superando Estados Unidos e países europeus. Os argentinos do interior tendem a pensar que essa forte concentração é mais típica da neurótica Buenos Aires e não tanto do país.

Certa pesquisa encontrou, em 2009, que 32% dos argentinos haviam consultado alguma vez um psicólogo (em 2006 eram 26%). É preciso notar que na Argentina não se faz muita diferença entre psicanalista, psicoterapeuta e psicólogo, até porque a psicanálise é a corrente hegemônica.
Muitos argentinos (diríamos, obsessivos) podem estar vários anos em análise, parar e voltar a tratar-se. A jornalista Malele Penchansky, que publicou em 2009 um livro sobre a histeria cotidiana e a histórica (dir.), diz ter estado em sessões psicológicas (com interrupções) por quase 40 anos. Haja libido narcísica.
Imagens da web
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